Um dos grandes lemas que estou utilizando em meu novo desafio aqui na UPL é o de fazer o nosso agricultor a realmente ser o herói de nossa história. Não existe campanhas ou soluções agronômicas no mundo que tenham sucesso sem investigarmos ou conhecermos a história, o comportamento, as motivações, os medos e as fortalezas de nosso agricultor.

Num passado não tão distante o foco era exclusivamente no produto e não no agricultor, e temos vistos grandes transformações que as empresas do setor estão vivenciando no sentido de mudar a nossa lente para o olhar do agricultor. Isso não nos assusta e está sendo motivador para nós como protagonistas dessa transformação.

O perfil do agricultor está mudando muito depressa, onde hoje, além de ficar cada vez mais jovem, esse agricultor brasileiro está muito mais informado. De acordo com a Associação brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), em pesquisa realizada entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 com 3.048 produtores rurais (homens e mulheres com poder de decisão, de propriedades de pequeno, médio e grande portes) de 16 estados de todas as regiões do país, abrangendo 14 culturas agrícolas e 4 atividades animais,  os canais digitais já são realidade para a maioria, onde 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior, realizada em 2017. 

Outro ponto importante é a maior oferta de internet no meio rural, disponível para 91% dos produtores de animais e 88% para os agricultores. 57% dos entrevistados usam a rede 15 ou mais vezes por dia. Previsão do tempo e informação são os principais conteúdos buscados por agricultores e criadores.

A Internet abriu uma fonte inesgotável de informação aos mais distantes rincões do país. Esse levantamento comprova também a relevância do WhatsApp como o maior meio de comunicação digital, onde nada menos do que 76% dos produtores usam a plataforma para realizar negócios, o que é uma novidade.

Essa plataforma por ser aberta e fácil foi a melhor ferramenta para o agricultor, e no qual ele soube utilizar para fazer todas as operações: Receber e dar informações, obter informações dos vizinhos, e acima de tudo utilizar essa para melhor negociar. Eu sempre digo que os agrônomos que não souberam gerar valor para os agricultores foram substituídos pelo clique do Smartphone

Manter o foco em um cliente em constante evolução, requer de nós, profissionais do agro, uma postura de mudança. É urgente para nós considerar o agricultor ou o cliente do seu ramo de atuação, um empresário em processo de transformação. 

A Agricultura move hoje 27,4% do PIB e emprega quase 20 Milhões de pessoas, sendo o responsável por quase 50% de todas as nossas exportações. O principal responsável por todo esse dinamismo é o nosso agricultor, e esse agricultor não quer mais apenas produtos, ele quer ser assistido durante toda a sua jornada que consiste em 4 fases. A Investigação, o Planejamento, o Uso das tecnologias e os Resultados. Entender cada uma dessas fases, e saber que a etapa final pode ser de sucesso ou fracasso é chave para nós nesse entendimento.

Para se chegar ao patamar de ter o mínimo conhecimento sobre quem é o seu agricultor são necessárias algumas perguntas para entendermos melhor qual o perfil dele.

Esse agricultor gosta de inovação, de tecnologias, ele é o primeiro a adotar as novidades do mercado? Ele prefere conveniência, ou seja, alguém que o ajude nas decisões de todos os ciclos da cultura? Ou ele prefere relacionamento, gosta de ser assistido por alguém que ele conhece, que tem relacionamento a algum tempo, ou ele é do tipo que gosta de Preços? Entender esses 4 perfis de compra é fundamental para termos sucesso em nossas interações.

E para saber isso precisamos sempre termos em mente que no final do dia o nosso agricultor/cliente quer alguma dessas 4 coisas: Aumentar a Rentabilidade, reduzir os Custos, Aumentar a Produtividade e Assegurar a comercialização, não nessa ordem, e nem sempre as quatro necessidades juntas.

Junto ao conhecimento desses perfis e aliados ao que ele mais prefere nos ajuda ainda mais na tarefa de percorrer a jornada junto a eles. Isso nos ajuda a entender o que vai fazer a nossa rotina de acompanhamento realmente gerar valor para ele. 

Como eu sempre digo, daremos a César o que é de Cesar: Áreas de geração de demanda e novos produtos para quem gosta de tecnologia, eventos de interação para quem aprecia relacionamentos, ofertas de Barter para aqueles que gostam de conveniência ou até as liquidações e ofertas para quem mais valoriza os preços.

Entender Isso tudo não é uma tarefa fácil, mas é uma jornada que vale muito a pena ser percorrida, afinal, esse nosso agricultor é uma pessoa humilde, resiliente e acima de tudo o grande herói dessa nação chamada Brasil.